Solução
Valorização de OP com reporte por operação/ponto de controle.
Ps.: O texto abaixo é destinado tanto ao Magnus I quanto ao EMS 2. Para os clientes que utilizam Magnus I, favor ler "mão-de-obra" no lugar "GGF".
O reporte por operação funciona como se cada operação da ordem fosse uma ordem de produção em separado. Ou seja, cada operação da ordem terá sua base de cálculo e de absorção.
Para fazer a absorção dos custos de material/ de GGF/ e de mão-de-obra direta de uma determinada operação, o cálculo do médio faz uma proporcionalidade entre a quantidade produzida na última operação e a operação em questão.
EX: Na ordem de produção abaixo foram reportadas 50 peças na operação 1 porém na última operação foram reportadas apenas 35 peças (as outras 15 serão reportadas no próximo período). Os custos de material da operação 1 é de 100,00 e de GGF é de 45,00. Portanto:
Operação 1 : Quantidade produzida: 50,00
Valor de material: 100,00
Valor de GGF: 45,00
Ultima operação: Quantidade produzida: 35,00
Valor que será absorvido de material: X
Valor que será absorvido de mão-de-obra: Y
Cálculo realizado para definir X (valor de material que será absorvido).
Qtidade Custo
50,00 ------------ 100,00
35,00 ------------ X
X = 100,00 * 35,00 / 50,00
X = 70,00
Deixando portanto um saldo devedor de 30,00 para ser absorvido pelas outras 15 peças, quando as mesmas forem produzida.
Cálculo realizado para definir Y (valor de GGF que será absorvido).
Qtidade Custo
50,00 ------------ 45,00
35,00 ------------ Y
X = 45,00 * 35,00 / 50,00
X = 31,50
Deixando portanto um saldo devedor de 13,50 para ser absorvido pelas outras 15 peças, quando as mesmas forem produzida.
Este processo irá ocorrer para todas as operações da ordem de produção.
Se uma ordem de produção possuir movimentos de material para a operação zero, então a proporcionalidade descrita acima não existirá pois como esta operação não é prevista na engenharia, o custo de material e de mão-de-obra destes movimentos serão absorvidos totalmente pelo acabado daquele período.
OBS: Movimentos para a operação zero são criados apenas por programas do estoque onde o usuário não informa a que operação o movimento que esta sendo criado pertence.
OBS2: No programa demonstrativo de ordens (cs0503), campo "oper", o usuário pode verificar a que operação um determinado movimento pertence. O número que aparece neste campo é o número que a operação possui na rede-pert da ordem de produção e não o número da própria operação onde ocorreu o movimento. A rede-pert da ordem pode ser consultada no programa cp0319.
Portanto, a ordem de produção não pode possuir uma operação que fique com saldo credor , ou seja, que possua mais crédito do que débito. Neste caso, o acabado será valorizado ao médio do mês anterior, mesmo que na soma desta operação com outras (que é o total apresentado no cabeçalho do cs0503) o saldo não esteja credor. Se o saldo da operação ficar zerado não tem problema, desde que exista algum saldo em alguma operação para o acabado absorver.
Se no exemplo citado acima, a ordem de produção não fosse mais produzir as outras 15 peças, para que houvesse a absorção total dos saldos da operação 1, seria preciso que:
- a ordem esteja com estado de "terminada" antes do cálculo do médio,
- que a ordem possua movimentos de acabado no período que será calculado o médio para efetuar a absorção
- a ordem não pode ter nenhum movimento de material ou de mão-de-obra com data superior a data que se irá calcular o preço médio
Nestas condições o cálculo do médio entende que deve absorver todo o custo da operação (mesmo não tendo sido produzido toda a quantidade), senão o cálculo do médio necessita reservar um determinado saldo para os movimentos vindouros.
Como a ordem de produção com reporte por operação já possui uma proporção entre as quantidades das operações e a quantidade reportada na última operação, aconselhamos que os tipos de custeio de material e de mão-de-obra sejam "total", para diminuir incidências de resíduos.
As ordens com reporte por operação ou ponto de controle geram movimentos de material com um número de operação. Este número pode ser verificado no Demonstrativo de Ordens (cs0503) através do campo "Oper", sendo que este campo receberá o número que a operação possui na rede-pert da ordem.
Ex: Rede-Pert da ordem.
Oper Oper Pred
20 10
50 20
Se forem geradas movimentações para a operação 10, então o movimento de material receberá "Oper" igual a um. Se for pra operação 20 receberá dois e se for pra operação 50 receberá 3.
O custeio destas ordens é feito por operação, ou seja, o cálculo irá apurar os débitos e créditos existentes para a "Oper" 1, a "Oper" 2 e para a "Oper" 3. Com as informações de débito e crédito de cada operação, o próximo passo será definir um preço médio por operação. Depois de apurado os custos médios de cada operação, haverá uma soma entre as operações e se chegará no preço médio da ordem que será aplicado no produto acabado (movimentos de ACA e EAC).
O que muitas vezes acontece para as ordens com reporte por operação ou ponto de controle é haver movimentos para a "Oper" igual a zero. Estes movimentos são geralmente provenientes do programa de requisição e devolução de material do módulo de estoque "ce0205", onde não é obrigatório informar o número da operação para o qual se esta fazendo o movimento de REQ ou de DEV. Este tipo de operação normalmente gera problemas de custeio na ordem de produção, pois não é dada atenção ao fato de que o custeio da ordem é feito operação à operação.
Ex. Supomos que tenha sido requisitado 100kg do material X na operação 30 do reporte do produto A. Logo, foi gerado um movimento de ACA do produto A na "Oper" 3 e um movimento de req do item X de 100kg também na "Oper" 3.
Item Esp Tp Oper Qtde Valor Mat
A ACA Ent 3 1 ?
X Req Sai 3 100 25,00
Porém estes 100kg do material X foram digitados errados, na verdade deveria ter sido requisitado apenas 10Kg. Então ao invés de utilizar os programas de produção, utilizou-se o programa ce0205 para devolver os 90Kg requisitados a mais, porém não informou-se o número da operação neste movimento, assumindo zero.
Item Esp Tp Oper Qtde Valor Mat
A ACA Ent 3 1 ?
X Req Sai 3 100 25,00
X DEV Ent 0 90 22,50
Se não considerarmos o fato da ordem ser com reporte por operação, então a mesma estaria correta já que existe um débito de R$ 2,50 para ser absorvido pelo produto acabado. Porém se utilizarmos o conceito da valorização das ordens com reporte por operação que faz com que cada operação tenha a sua própria base de cálculo verificamos que a base de cálculo da operação 0 esta negativa em R$ 22,50. Como descrito anteriormente quando existem operações críticas (mais crédito do que débito), então o custo médio desta operação será o preço médio do item pai da ordem no mês anterior e como conseqüência teremos diferença entre o débito e o crédito da ordem de produção.
Salientamos que este problema da ordem ter mais crédito do que débito pode ocorrer em qualquer operação e não somente na operação zero. Independente do número da operação, para a ordem não ficar crítica então é preciso que NÃO exista operações com mais crédito do que débito.