O que é uma API?
Uma Interface de Programação de Aplicações é uma coleção de informações padronizadas estabelecida por um software que possibilita a utilização de suas funcionalidades por outros aplicativos. Com as informações persistidas em uma especificação de API, é possível enviar ou receber dados de uma aplicação sem que seja necessário entrar nos detalhes da implementação deste programa.
É de grande interesse para a TOTVS que aplicações externas consigam se comunicar com seus produtos de maneira facilitada. Por meio da implementação de uma API, é possível que outras aplicações obtenham dados internos dos produtos TOTVS, apenas enviando uma requisição HTTP para o endereço devidamente descrito na especificação da API.
Para descrever uma API, se faz necessária uma especificação padronizada. O padrão utilizado para a construção das APIs TOTVS é o OpenAPI 3.0, o qual descreve um formato para definição de toda a API. Essa especificação é que define como serão evidenciados os endpoints e seus métodos, parâmetros de operações de entrada e saída, métodos de autenticação, metadados (tais como informações gerais, contato, licença e termos de uso), entre outros.
Criação de uma API
Nesta documentação não entraremos em muitos detalhes sobre a criação dos OpenAPIs, uma vez que as regras para o desenvolvimento de novos arquivos APIs já estão especificadas no nosso Guia de APIs. Uma ótima maneira de iniciar a criação de um novo arquivo OpenAPI é observando como outros documentos foram construídos. Para ter acesso a todas as APIs já desenvolvidas, basta acessar nosso repositório no GitHub.
totvsApiTypesBase
Ao criar uma especificação de API TOTVS, é preciso ter em mente que existem alguns types e parameters padronizados previamente criados pela equipe TTALK, armazenados no arquivo totvsApiTypesBase.json. Com isso, esses parameters não precisam ser implementados "do zero" nos endpoints, mas sim propriamente referenciados na própria especificação de API.
O exemplo a seguir traz um trecho do arquivo OpenAPI CustomerVendor v1, mostrando como ocorre essa referenciação.
Utilizando os padrões fornecidos pela TTALK através do totvsApiTypesBase.json, o desenvolvedor não precisará criar na especificação os seguintes items:
Types:
- Paging: responsável pelo mecanismo de paginação;
- ErrorModel, ErrorModelBase e ErrorDetail: responsáveis por modelos de emissão de erros padronizados;
- ExpandablesType: tipo de dado que define o cabeçalho expand.
Parameters:
- Authorization: cabeçalho usado para autorização das requisições;
- Order: utilizado para ordenação da coleção;
- Page: número da pagina da coleção;
- PageSize: utilizado para determinação de quantidade máxima de itens por página;
- AcceptLanguage: campo que determina o idioma que o cliente compreenderá;
- Fields: cabeçalho usado para restringir os campos trazidos em uma requisição;
- Expand: cabeçalho com o objetivo de expandir os campos requisitados.
Para maiores detalhes sobre uso dos cabeçalhos padronizados, visite nosso Guia de APIs.
Cuidados ao referenciar arquivos do GitHub
Ao referenciar qualquer arquivo do GitHub, tenha certeza que está obtendo o link apenas com o JSON e não o da árvore de arquivos. Para isso, ao entrar na página do arquivo desejado, clique em "Raw" e só então copie o link da página com o arquivo JSON.
Sinta-se à vontade para navegar por nossas APIs, tanto pelo API Reference quanto pelo nosso repositório do GitHub, e observar como estão referenciados seus respectivos types e parameters!
Retornar ao Fluxograma de Criação de Integrações
Diferenciação entre API e Schema
Uma API não deve ser confundida com um schema. As APIs são contratos responsáveis por definir os métodos e caminhos que permitem a comunicação entre dois aplicativos. São as APIs que trazem informações relevantes sobre as trocas de dados entre uma aplicação e um produto TOTVS, definindo os moldes das mensagens trafegadas. Já o schema modela a mensagem padronizada propriamente dita. Traz consigo uma forma de apresentar dados e seus tipos, permitindo a posterior transmissão de informações. Definições mais apuradas sobre os schemas podem ser encontradas na documentação sobre as mensagens padronizadas TOTVS.
Anteriormente era possível que o schema fosse incluso diretamente na API, porém essa regra foi modificada. Para aprimorar a reusabilidade dos schemas, agora os arquivos JSON devem ser separados em API e JsonSchema. Esse modelo possibilita a utilização do protocolo transactions sem que haja a necessidade do desenvolvimento de uma API, caso essa configuração seja suficiente para suprir a necessidade e interesse do desenvolvedor. Como vantagem adicional, uma mesma API pode ser utilizada de formas diferentes, alterando somente o schema o qual ela faz referência.
Para uma melhor apresentação visual das APIs, foi criado o portal API Reference, onde todas as APIs desenvolvidas pelos segmentos TOTVS e aprovadas pelo comitê podem ser encontradas.
A propriedade "x-totvs"
A propriedade x-totvs nas APIs está localizada tanto no cabeçalho (tag info) quanto nos métodos dos paths (endpoints) no arquivo OpenAPI, contendo informações diferentes dependendo do local em que está inserida. Contudo, as propriedades x-totvs tem sempre um objetivo em comum: armazenar dados pertinentes aos produtos TOTVS. São nas x-totvs em que são especificadas informações como o nome do produto ao qual se refere, segmento e domínio ao qual está vinculado, adapter atrelado, se determinado verbo está disponível para aquele caminho, entre outros.
x-totvs em diferentes partes do OpenAPI
Abaixo está descrito o comportamento da propriedade x-totvs e o significado de cada uma de suas tags internas, utilizadas apenas no arquivo OpenAPI. Caso sua intenção seja entender o funcionamento do x-totvs no JsonSchema, visite a documentação de Definição da Mensagem no modelo JsonSchema.
x-totvs dentro da "info"
O exemplo a seguir é um trecho da API StockGroup
A propriedade "messageDocumentation" do x-totvs traz informações sobre a própria API.
- name: título da API;
- description: descrição da API;
- segment: segmento da TOTVS pelo qual aquela API foi implementada.
- domain: domínio de negócio ao qual os recursos pertencem.
- product: produto ao qual aquelas informações do "productInformation" se referem;
- contact: e-mail para contato com quem desenvolveu aquela API naquele determinado produto;
- description: descrição da API para aquele determinado produto;
- adapter: adapter que se comunica com aquela determinada API;
- A propriedade "productInformation" poderia ter ainda a tag helpUrl, que contém um link para a documentação daquela API para aquele produto, caso haja.
Segment e Product padronizados
A grafia dos campos 'segment' e 'product' descritos acima devem estar de acordo com padrões previamente determinados. Para saber qual a grafia correta do segmento e produto que deseja declarar, visite a lista de referências do portal de APIs e verifique no menu lateral os padrões de grafia aceitos.
x-totvs dentro dos verbos dos endpoints
O exemplo a seguir é um trecho da API UnitOfMeasure v2.
Diferentemente do x-totvs da "info", a propriedade "messageDocumentation" não está presente nos x-totvs dos "paths".
Já a propriedade "productInformation" traz informações sobre os produtos TOTVS.- product: produto ao qual aquelas informações do "productInformation" se referem;
- available: campo booleano que indicia de o verbo esta implementado no produto;
- note: observações sobre o verbo referente ao produto, como regras específicas;
- minimalVersion: a versão minima na qual o verbo foi implementado no produto.
Consistência na declaração de produtos
O validador automatizado no GitHub avalia a consistência dos 'products' declarados na info e nos paths. Caso um dado produto tenha implementado algum dos endpoints de uma API, ele deve ser declarado no 'productInformation' daquele endpoint e também na 'info'. Analogamente, um dado produto só pode estar declarado na 'info' se tiver implementado pelo menos um dos endpoints daquela API.
Sinta-se à vontade para navegar por nossas APIs, tanto pelo API Reference quanto pelo nosso repositório do GitHub, e observar como estão configurados seus respectivos x-totvs!
Clique aqui para retornar ao Fluxograma de Criação de Integrações
Identificar se o produto a ser integrado já está definido na documentação da API
O API Reference é um portal que obtém os dados do JSON da API e os transfere para uma interface visual, tornando a navegação pelas APIs mais atrativa aos usuários. Para identificar quais produtos estão adaptados a uma determinada API, basta acessar o API Reference e identificar quais os produtos que se encontram explicitados (como demonstra a animação abaixo).
No caso do exemplo acima, os produtos Protheus e Logix são os que estão configurados para a API em questão.
Como evidenciado no GIF o usuário pode, se preferir, acessar diretamente o arquivo OpenAPI e identificar no próprio JSON se as tags x-totvs especificam o produto procurado.
Clique aqui para retornar ao Fluxograma de Criação de Integrações
Editar "x-totvs" da API
Caso a API já exista, porém não para o produto desejado pelo usuário, significa que há necessidade de adaptar o arquivo OpenAPI para que o produto em questão passe a ser especificado. Para tal, é necessário adicionar ao arquivo JSON da especificação da API novos objetos dentro do array "productInformation" nas propriedades x-totvs, na info e nos verbos dos paths.
Seguindo o mesmo exemplo da API apresentado nesta seção, a adição de um novo produto se daria da seguinte forma no cabeçalho (info):
Já para adição nos paths, o novo produto deve ser adicionado em cada um dos caminhos e verbos em que há cobertura pelo adapter. O exemplo para adição em apenas um verbo em um path pode ser visualizado abaixo:
Vale lembrar que, seguindo o Fluxograma de Criação de Integrações, é necessário também checar se o JsonSchema utilizado pela API já está configurado para o produto em questão. Caso não esteja, é necessário editar o x-totvs também do schema.
Clique aqui para retornar ao Fluxograma de Criação de Integrações
Versionamento da API
O versionamento de APIs que atuam sobre entidades com mensagem padronizada seguirá o padrão definido pelo guia de APIs, sendo independente da versão da mensagem padronizada. Entretanto, mudanças no modelo de dados implicam em mudança no contrato da API e, consequentemente, podem exigir alteração da versão da API.
Segundo o guia de APIs, a versão é composta do seguinte formato:
"v" + majorVersion + "." + minorVersion
onde majorVersion e minorVersion são números inteiros sequenciais, sem "zeros" complementares.
Exemplos de APIs versionadas:
- /api/financeiro/v1/accountantAccounts
- /api/educacional/v1.5/disciplines
- /api/rh/v3.2/employees
As regras para versionamento das APIs, quando relacionadas a mensagem padronizada, são as seguintes:
- Alterando-se a minorVersion da mensagem padronizada, deve-se alterar a minorVersion da API.
- Alterando-se a majorVersion da mensagem padronizada, deve-se alterar a majorVersion da API.
- Inclusão de verbos HTTP, ações ou filtros na API não alteram versão.
- Alteração de comportamento de endpoint ou na forma de passar os parâmetros alteram versão da API, entretanto não é necessário replicar todos os outros endpoints da API para a nova versão.
Exemplos de versionamento
Para tornar mais claro como versionar as APIs baseadas em mensagem padronizada, colocaremos a seguir um caso de uso.
- Mensagem padronizada Request, utilizada para CRUD de requisições de estoque ou compras.
- Mensagem padronizada CancelRequest, utilizada para cancelamento de requisições.
Na versão inicial da API temos os seguintes endpoints, todos baseados na versão 1.000 da transação Request:
GET /api/manufacturing/stock/v1/requests GET /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v1/requests PUT /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId} DELETE /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId}
Em um momento posterior, foi liberada a operação de cancelamento da requisição, utilizando a transação CancelRequest, versão 1.000, conforme abaixo:
POST /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId}/cancelRequest
A API teve mais um endpoint adicionado, porém os demais endpoints não tiveram alteração de contrato. Neste caso, a versão do novo endpoint permanece igual a dos demais.
Consideremos agora, que a API teve alteração na versão da transação Request, evoluindo para a versão 1.001. Neste caso, devemos alterar a versão da API, modificando o minorVersion, conforme segue:
GET /api/manufacturing/stock/v1.1/requests GET /api/manufacturing/stock/v1.1/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v1.1/requests PUT /api/manufacturing/stock/v1.1/requests/{requestId} DELETE /api/manufacturing/stock/v1.1/requests/{requestId}
Agora, teremos disponíveis os seguintes endpoints (observe que o endpoint de cancelamento permaneceu na v1):
- V1 GET /api/manufacturing/stock/v1/requests GET /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v1/requests PUT /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId} DELETE /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId}/cancelRequest - V1.1 GET /api/manufacturing/stock/v1.1/requests GET /api/manufacturing/stock/v1.1/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v1.1/requests PUT /api/manufacturing/stock/v1.1/requests/{requestId} DELETE /api/manufacturing/stock/v1.1/requests/{requestId}
Seguindo com o nosso exemplo, vamos considerar agora, que o endpoint de cancelamento precisa, obrigatoriamente, receber um parâmetro de query. Isso altera consideravelmente o comportamento do endpoint. Sendo assim, o incremento deve ocorrer na majorVersion do endpoint, conforme segue.
POST /api/manufacturing/stock/v2/request/{requestId}/cancelRequest?mandatoryParam=someValue
Com isso, teremos o seguinte cenário de APIs:
- v1 GET /api/manufacturing/stock/v1/requests GET /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v1/requests PUT /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId} DELETE /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId}/cancelRequest - v1.1 GET /api/manufacturing/stock/v1.1/requests GET /api/manufacturing/stock/v1.1/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v1.1/requests PUT /api/manufacturing/stock/v1.1/requests/{requestId} DELETE /api/manufacturing/stock/v1.1/requests/{requestId} - v2 POST /api/manufacturing/stock/v2/request/{requestId}/cancelRequest?mandatoryParam=someValue
Depois de um certo tempo, pode ser necessário reorganizar o cenário das APIs disponíveis, concentrando em uma única versão todas as alterações realizadas. Neste caso, aproveitando a evolução da versão da transação cancelRequest para 2.000 (que afetaria apenas um endpoint), podemos ter uma nova majorVersion abrangendo os demais endpoints da API:
- v1 GET /api/manufacturing/stock/v1/requests GET /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v1/requests PUT /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId} DELETE /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v1/requests/{requestId}/cancelRequest - v1.1 GET /api/manufacturing/stock/v1.1/requests GET /api/manufacturing/stock/v1.1/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v1.1/requests PUT /api/manufacturing/stock/v1.1/requests/{requestId} DELETE /api/manufacturing/stock/v1.1/requests/{requestId} - v2 POST /api/manufacturing/stock/v2/request/{requestId}/cancelRequest?mandatoryParam=someValue - v3 GET /api/manufacturing/stock/v3/requests GET /api/manufacturing/stock/v3/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v3/requests PUT /api/manufacturing/stock/v3/requests/{requestId} DELETE /api/manufacturing/stock/v3/requests/{requestId} POST /api/manufacturing/stock/v3/request/{requestId}/cancelRequest?mandatoryParam=someValue
Atenção
Após a reorganização da API pode ser necessário excluir a versão anterior e neste caso, a depreciação deve ser feita conforme politica de cada linha de produto.
Tipos de Conteúdo
JSON
O formato padrão e recomendado de tipo de conteúdo, ou "Content-Type", a ser trafegado via APIs é "application/json".
É representado da seguinte maneira:
"content": { "application/json": { "schema": { "$ref": "https://raw.githubusercontent.com/totvs/ttalk-standard-message/master/jsonschema/schemas/SomeJsonSchema_2_006.json#/definitions/SomeObject" } } }
XML
Em alguns casos pode existir a necessidade de utilizar "application/xml" , por ex: quando é exigido por legislação. Nessa situação, as mesmas regras definidas nos tópicos anteriores continuam valendo, visto que estas estão relacionadas ao schema. (Se possível, evitar esse uso e sempre priorizar o JSON).
É representado de maneira muito similar ao JSON, porém trocando a notação do ContentType por "application/xml".
"content": { "application/xml": { "schema": { "$ref": "https://raw.githubusercontent.com/totvs/ttalk-standard-message/master/jsonschema/schemas/SomeJsonSchema_2_006.json#/definitions/SomeObject" } } }
Clique aqui sobre mais detalhes da representação do XML em OAS3
Arquivos Binários
Para endpoints de arquivos binários, é obrigatório que o schema siga a seguinte estrutura (Com "type": "string" e "format":"binary")
A notação do ContentType é sempre referente ao tipo de arquivo que o mesmo lida. No exemplo abaixo, um endpoint que resolve um arquivo de extensão ".png":
"content": { "image/png": { "schema": { "type":"string", "format": "binary" } } }
Clique aqui sobre mais detalhes da representação de arquivos binários em OAS3