Árvore de páginas

Versões comparadas

Chave

  • Esta linha foi adicionada.
  • Esta linha foi removida.
  • A formatação mudou.

DIFAL RJ - Base de cálculo com FECP na Nota fiscal

Questão:

Nas operações interestaduais entre contribuintes do ICMS como deverá ser o cálculo do Diferencial de Alíquota destinado ao RJ com a parcela referente ao FECP?

Como deve ser calculado o Difal com base dupla o RJ considerando o FECP?

Como deve ser calculado o DIFAL e FECP nas entradas?



Resposta:

De acordo com o Manual de substituição tributária do Rio de Janeiro, em relação aos bens e mercadorias submetidas ao regime de substituição tributária destinados a uso, consumo ou ativo fixo do adquirente, o imposto a recolher por substituição tributária será o valor calculado conforme a fórmula:

ICMS ST DIFAL = [(V oper - ICMS origem) / (1 - ALQ interna)] x ALQ interna - (V oper x ALQ interestadual), onde:


a) “ICMS ST DIFAL” é o valor do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna a consumidor final estabelecida na unidade federada de destino para o bem ou a mercadoria e a alíquota interestadual;
b) “V oper” é o valor da operação interestadual, acrescido dos valores correspondentes a frete, seguro, impostos, contribuições e outros encargos transferíveis ou cobrados do destinatário, ainda que por terceiros;
c) “ICMS origem” é o valor do imposto correspondente à operação interestadual, destacado no documento fiscal de aquisição;
d) “ALQ interna” é a alíquota interna estabelecida na unidade federada de destino para as operações com o bem e a mercadoria a consumidor final;
e) “ALQ interestadual” é a alíquota estabelecida pelo Senado Federal para a operação.

Desta forma estabelece a base de cálculo dupla, para cálculo do DIFAL. 

Exemplificando:

Valor de aquisição R$ 100,00

ICMS na operação interestadual (R$100,00 x 12%) = R$ 12,00

Base de Cálculo do ICMS ( R$100,00 - R$12,00 = 88,00÷ 0,80 = R$ 110,00

ICMS devido na operação interna (R$110,00 x 20%) = R$ 22,00

DIFAL sem FECP devido na operação interna (R$110,00 x 18%) = R$ 19,80

DIFAL (R$19,80 - R$12,00) = R$ 7,80

Cálculo do FECP referente ao DIFAL (R$ 110,00 x 2%) = R$ 2,20

Valor total do DIFAL COM FECP = R$ 10,00



No que se refere aos procedimentos para a emissão da NF-e, considerando a Nota Técnica 2016.002 – v 1.42 da NF-e, não houve alteração na forma de determinação dos valores de ICMS destinados ao FECP.

Apresentamos outro exemplo de cálculo: 

O Convênio ICMS 142/18 de 14 de dezembro de 2018, prevê que a o contribuinte remetente nas operações interestaduais com bens e mercadorias especificadas em convênio ou protocolo de Substituição Tributária poderá ser o responsável pela retenção e recolhimento do ICMS na condição de sujeito passivo por substituição, mesmo que o imposto tenha sido retido anteriormente. 

A responsabilidade também se aplica ao diferencial de alíquota quando destinadas ao uso, consumo ou ativo imobilizado do destinatário.

Para informações mais aprofundadas sobre o Convênio ICMS 142/18 recomendamos a leitura do nosso Material de Orientação.

O Protocolo ICMS 189/09 descreve as operações com artefatos de uso doméstico, publicado em 11 de dezembro de 2009, firmados entre os Estados de Santa Catarina, Rio Grande Sul e Minas Gerias.

O referido protocolo traz em seu anexo único, as mercadorias listadas com seu respectivo NCM no qual fica atribuído ao estabelecimento remetente na qualidade de sujeito passivo por substituição tributária, a responsabilidade pela retenção e recolhimento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias, em sua cláusula terceira, é estabelecido uma fórmula para o cálculo

Detalhamos abaixo um exemplos para melhor entendimento para a base composta:

Valor da Operação: R$ 1.000,00

Alíquota interna: 18%

Alíquota interestadual: 7%

Diferencial de alíquotas: 18% - 7% = 11%

Inclusão do imposto= 1-0,11= 0,89

Base de cálculo: R$ 1.000,00 / 0,89 = R$ 1.123,60

Valor do DIFAL: R$ 1.123,60 x 11% = R$ 123,60

No Manual da NF-e do Rio de Janeiro no item 1.37, temos a seguinte informação: 

1.37. Como deverá ser informado o Fundo de Combate à Pobreza (FECP) na NF-e?

Conforme consta na Nota Técnica 2016.002 – v 1.42, os campos de ICMS devem ser colocados os dados relacionados a este imposto (valor da base de cálculo, alíquota do ICMS e valor do imposto) e nos campos do FECP devem ser colocados os dados relacionados a cobrança do Fundo de Combate à Pobreza (valor da base de cálculo, alíquota do FECP e valor do FECP) sendo vedado preencher o valor do FECP em Despesas Acessórias.

  • No DANFE, os valores relativos ao FECP devem ser informados:
    No campo de "Informações Adicionais do Produto, tag: indAdProd", os valores informados por item nos campos (vBCFCP, pFCP, vFCP, vBCFCPST, pFCPST, vFCPST), quando existirem.
  • No campo de "Informações Adicionais de Interesse do Fisco, tag: infAdFisco": os valores de totais do FECP (id: W04b e W06a), quando existirem.

De acordo com as informações acima, os campos de ICMS devem ser informados sem o FECP, e nos campos do FECP devem ser colocados os dados relacionados ao ICMS direcionado ao Fundo de Combate à Pobreza. O FECP é um fundo constitucional que é somado a alíquota do ICMS, o valor referente a base de cálculo do ICMS e do ICMS relativo ao FECP sempre deverão ser iguais.

No DANFE não possui campo específico para informar o valor do FCP, mas haverá validação do preenchimento dos campos para compor o total da nota. Sendo assim, o valor corresponde ao FCP, não será somado ao ICMS ST, por possuir campo específico no XML para compor corretamente o total da nota fiscal.

No Manual da EFD ICMS/IPI do RJ, reforça que não houve alteração em relação a escrituração do FECP, que deverá ser informado juntamente com o ICMS nos registros do Bloco C.

As regras estabelecidas para o cálculo do diferencial de alíquota foram instituídas pela Emenda Constitucional 87/2015 em conjunto com o Convênio 93/2015 e devido às alterações previstas na emenda constitucional foi considerada pelos contribuintes como inovações, ou seja, novas formas de tributação aplicável nas operações e prestações de serviços com incidência de ICMS, o que infringe o artigo 146 da Constituição Federal, que reserva a matéria à edição de Lei Complementar.

No dia 16/12/2021 foi aprovado o Projeto de Lei que torna constitucional a cobrança do Diferencial de alíquotas em operações interestaduais de bens e serviços destinados a consumidor final não contribuinte. No Projeto o responsável pelo recolhimento será obrigado a repassar ao estado do consumidor final a diferença entre a alíquota interna e interestadual. A PL altera a Lei Complementar 87/96 (Lei Kandir), e visa regulamentar a antiga EC 87/15, após decisão do STF que a considerou inconstitucional justamente por entender a necessidade de uma Lei Complementar. Sancionada no dia 04/01/2022 foi transformada em LC nº 190/2022.

Desta forma, foi regulamento o cálculo do DIFAL já existente e o Estado do Rio de Janeiro publicou orientações sobre a base de cálculo do imposto devido ao Estado de destino, que está de acordo com o exemplo supra citado.


Como deve ser calculado o Difal com base dupla o RJ considerando o FECP?

Segundo orientações no Portal Sefaz do RJ, segue abaixo formula de cálculo para o DIFAL em vendas para não contribuintes estabelecidos no Estado:


(...)

A base de cálculo do imposto devido ao Estado de destino e de origem é única e corresponde ao valor da operação ou o preço do serviço, observado o art. 13 da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996.

Dessa forma, primeiro deve identificada a alíquota interna aplicável no Estado do Rio de Janeiro (destino), para determinação da base de cálculo única.

Caso o documento fiscal seja emitido com alíquota interestadual, o diferencial de alíquotas deve ser calculado mediante a aplicação da fórmula:

ICMS DIFAL = [(Voper – ICMS origem) / (1 – ALQ interna)] x ALQ interna(Voper x ALQ interestadual)”, onde:

“ICMS DIFAL” é o valor do imposto correspondente à diferença entre a alíquota interna a consumidor final estabelecida na unidade federada de destino para o bem ou a mercadoria e a alíquota interestadual;
“V oper” é o valor da operação interestadual, acrescido dos valores correspondentes a frete, seguro, impostos, contribuições e outros encargos transferíveis ou cobrados do destinatário, ainda que por terceiros;
“ICMS origem” é o valor do imposto correspondente à operação interestadual, destacado no documento fiscal de aquisição;
“ALQ interna” é a alíquota interna estabelecida na unidade federada de destino para as operações com o bem e a mercadoria a consumidor final;
“ALQ interestadual” é a alíquota estabelecida pelo Senado Federal para a operação  (12% ou 4%).

(...)

EXEMPLO PRÁTICO:

a) Valor do Produto = 15,21
b) Aliq externa = 12%
c) Aliq Interna de destino = 20%
d) Aliq FCP = 2%
e) ICMS Origem (a) x (b) = 1,83

BASE DIFAL = (15,21 - 1,83) / (1 - 0,20 + 0,02)
BASE DIFAL = 13,38 / 0,78
BASE DIFAL = 17,16


Na questão do FECP deve-se atentar ao que o Manual de preenchimento de documentos fiscais e escrituração RJ orienta, segue abaixo:


(...)

Percentual de ICMS destinado ao Fundo Estadual de Combate à Pobreza e à Desigualdade Social

O percentual de ICMS destinado ao FECP, instituído no Estado do Rio de Janeiro pela Lei Complementar nº 210, de 21 de julho de 2023, apenas acresce a alíquota do ICMS, ou seja, não se trata de um novo imposto. É apenas um adicional de ICMS que, por autorização constitucional (art. 82 da ADCT), possui destinação específica. Portanto, a base de cálculo e o cálculo são os mesmos utilizados para obtenção do imposto sem o adicional. 

(...)

Portanto esta Consultoria entende que, no momento do cálculo do DIFAL com base dupla nas vendas para para não contribuinte que tiverem a incidência do adicional (FECP) no Estado do RJ,  a alíquota do FECP deverá ser acrescentada a alíquota interna atendendo as especificações mencionadas acima.


Como deve ser calculado o DIFAL e FECP nas entradas?

Nas entradas de uso e consumo e/ou ativo imobilizado, o calculo do DIFAL e FECP deve ser considerados da mesma forma, lembrando que o FECP será adicionado a alíquota interna do Estado.


EXEMPLO PRÁTICO:

a) Valor do Produto = 3.186,00
b) Aliq externa = 12%
c) Aliq Interna de destino = 20%
d) Aliq FCP = 2%

ICMS Operação = 3.186,00 * 12% = 382,32

ICMS RJ = 3.186,00 * 20% = 637,20

FECP RJ = 3.186,00 * 2% = 63,72

DIFAL = 382,32 - (637,20 + 63,72)

DIFAL = 382,32 - 700,92

DIFAL =  -318,60 a Recolher


Caso o contribuinte tenha um posicionamento diferente ao dessa documentação, orientamos o mesmo a estar formulando consulta junto ao Fisco do RJ.



Chamado/Ticket:

7458922, PSCONSEG-6134, PSCONSEG-6635; PSCONSEG-8157; PSCONSEG-14178; PSCONSEG-15701



Fonte:

http://www.fazenda.rj.gov.br/FaleConosco/web/publico/solicitarOrientacao?execution=e1s3

Manual Substituição tributária RJ

Manual EFD ICMS IPI RJ

Regulamento ICMS RJ

Resolução Sefaz 987/2016

Lei Complementar 190 de 2022

Orientações RJ - EC 87/15: Contribuintes localizados em outro Estado

Manual de preenchimento de documentos fiscais e escrituração

Portal Sefaz do RJ